O paulistano Roberto Carvalho, um apaixonado por preparação de motores, tornou seu Opala 1978 um carro veloz para curtir as rodovias de São Paulo.
Mecânica
A mecânica também foi adquirida peça por peça, como descreveu o proprietário. Todo o conjunto mecânico foi montado e preparado por Rafael Henrique da R&R Racing. O acerto ficou sob responsabilidade de Heraldo Bueno.
Tanto o a parte de bloco quanto o cabeçote foram “herdados” de uma Chevrolet Silverado 4.1L. Segundo Beto, a mecânica possui algumas vantagens em relação ao 6cil. original do Opala. Toda a parte de baixo do motor foi mantida original, apenas balanceada junto com o conjunto de embreagem e volante do motor original de Opala quatro cilindros. A bomba de óleo também foi substituída por um modelo hi-volume, para garantir a pressão e lubrificação necessária às partes moveis.
O cabeçote recebeu retrabalho apenas para acomodar as válvulas maiores, molas, balanceiros e varetas da Crower, guide plate e o novo comando de válvulas Crower 280º simétrico.
Na alimentação, coletor de admissão retrabalhado pela Fortec com borboleta de Silverado e duas bancadas com seis bicos injetores cada, alimentam as “seis bocas famintas” com os bicos Siemens de 80lbs/h de vazão. Todo o sistema é gerenciado pelo módulo FT500 da FuelTech. A bomba de combustível é Aeromotive e o filtro é lavável da Metal Horse, mesma marca das conexões e aeroquipes que fazem toda a linha de combustível e respiro de óleo do motor.
Roberto optou por uma receita sobrealimentada com um turbocompressor Holset HX40, peça que recebeu retrabalho especial feito pela DNT Turbos. O coletor de escape foi feito sob medida pela Fortec Race. O sistema trabalha com 0,78bar de pressão, com a opção do booster para 1bar. No dinamômetro, o Opala rendeu 460hp na roda com 0,78bar e não foi aferido com mais pressão. Estima-se algo próximo dos 500hp na roda com 1bar.
Na parte de transmissão, o câmbio utilizado é original de GM Blazer V6, com cinco velocidades. O diferencial é um Dana 44 com pontas de eixo levemente reduzidas para acomodar as rodas dentro das caixas. O blocante é original de F1000. A embreagem, com disco simples de seis pastilhas de cerâmica e platô de 980lbs.
O conjunto de suspensão foi desenvolvido pela R&R junto com a Macar: amortecedores com mais carga e molas de Opala Automático na traseira e de Caravan Automática na dianteira, mais rígidas para garantir melhor estabilidade na estrada. E acreditem: o carro é muito na mão e não dá aquela sensação de estar flutuando, como acontece em quase todos os Opalas quando pegam mais de 120km/h. No caso deste Opala em questão, 160km/h em quinta marcha a menos de 3000RPM parece que você está passeando a 90km/h. A velocidade final deste carro? Nem o dono sabe. Já chegou a 260km/h, mas ainda tinha câmbio pra acelerar mais. “Faltou espaço e coragem, afinal, mesmo com os freios a disco nas quatro rodas, na hora de parar quem manda é o carro”, brinca o dono.
Carroceria
O processo de restauração da carroceria do Opala estava parcialmente feito, quando Roberto o adquiriu. “O antigo dono já havia feito a pintura na cor vermelho marajó, mas todas as peças estavam desmontadas. Não tinha se quer um parafuso no lugar. Tive que comprar boa parte das peças, detalhes e acessórios. No fim das contas, foi melhor assim, pois conheci o carro por completo”, explica Beto, como é chamado pelos amigos.
Rodas e pneus
As rodas US Wheels aro 15 tala 6,5″ na dianteira e 7,5″ na traseira receberam retrabalho no offset para se acomodarem nas caixas de roda traseiras, calçadas por pneus Mickey Thompson 255/60 na traseira e Yokohama 205/60 na dianteira.
Interior
No interior deste coupe ’78, os bancos foram herdados de uma BMW da década de ’90, mas receberam reestilização para se assemelharem aos modelos da época condizente com o ano do Opala. Os encostos agora são redondos e os bancos possuem regulagem elétrica, além dos cintos Sparco de cinco pontos de fixação. O volante e a manopla Shutt são inspirados no modelo SS. A manopla recebeu um botão para acionar o booster – acabamento feito pelo Sr. José Fernandes da Majofer. Detalhes que fazem a diferença!
No painel, apenas o display da FT500, o Wideband Meter FuelTech que monitora a mistura de ar X combustível e os instrumentos originais.
Conclusão
Para quem gosta de customização, o projeto do Roberto chama atenção. “Com o Opala, consegui realizar esse desejo de ter um carro para curtir a estrada com a minha família junto”, finaliza.