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Nosso Opala 1970 na Revista AutoEsporte na matéria comemorativa dos 50 anos do Opala

HÁ 50 ANOS NASCIA O PRIMEIRO CHEVROLET DE PASSEIO FABRICADO NO BRASIL: O OPALA, MODELO QUE FOI DE EXEMPLO DE REQUINTE E SOFISTICAÇÃO A ÍCONE DE ESPORTIVIDADE E ATÉ HOJE É CULTUADO POR FÃS DE DIFERENTES GERAÇÕES

Carlos Messias – AutoEsporte
Fotos: Fabio Aro

 

No Salão do Automóvel de 1968, o Chevrolet Opala, primeiro carro de passeio fabricado pela General Motors no Brasil, foi apresentado com muita pompa e prestígio. O ex-piloto de Fórmula 1 Stirling Moss veio da Inglaterra especialmente para a ocasião, um sábado, 23 de novembro, quando dividiu o estande com diversas misses brasileiras. O modelo chamou a atenção pela imponente grade dianteira, com frisos cromados na horizontal, e também pelas rodas cromadas com sobrearo e pelas linhas no garrafa de Coca-Cola, semelhantes às de modelos norte-americanos como o Chevy Nova.

“A Chevrolet encontrou uma lacuna, pois se tratava de um carro confortável, confiável e acessível. O Opala oferecia luxo sem ser uma ‘banheira’ como o Ford Landau”, avalia Roque Gonçale, presidente do Clube Chevrolet.

A primeira geração, sedã de quatro portas, trazia duas versões: a Standard, com acabamento mais simples e motor de quatro cilindros 2.5 de 80 cv, e a Luxo, com um 3.8 seis cilindros de 125 cv, o que fez com que as arrancadas se tornassem sua marca registrada.

Após testes com os Opel Kadett e Olympia, os executivos da GM do Brasil optaram pelo projeto de um carro maior. O modelo combinaria a carroceria do alemão Opel Rekord C com o motor básico do norte-americano Chevrolet Impala — o que pode ter originado o seu nome, já que, além de designar a pedra preciosa nativa brasileira, Opala é uma junção de Opel e Impala.

O publicitário Daniel Guerra, 40 anos, transformou sua paixão por Opala em uma forma de complementar sua renda. Desde criança, por influência do seu pai, ele alimentou o desejo de ter um Opala — inclusive, quando tinha 17 anos, aprendeu a dirigir a Caravan SS da família. “Uma vez, quando eu tinha 10 anos, meu pai bateu uma outra Caravan que ele tinha. Como na época não se tinha muito o hábito de usar cinto de segurança, dei com a cara no painel e me machuquei bem. Só que minha primeira reação foi sair correndo para ver se tinha danificado o carro. Meu pai ficou horrorizado [risos]”, relembra. Em 2014, tirou a sorte grande ao encontrar um Opala Deluxo quatro portas da primeira geração, fabricado em 1970, com apenas 36 mil quilômetros, do qual se tornou o terceiro dono. Como desde 2010 já era proprietário de uma Caravan 1978, conhecia o caminho das pedras para comprar peças e acessórios. Para prestar um serviço aos colegas opaleiros, Guerra colocou no ar o site Tudo para Opala, que começou como hobby e hoje recebe em torno de 10 mil visitas por mês. Além de todo tipo de conteúdo sobre o modelo, a página comercializa rodas, pneus, componentes mecânicos, painel de instrumentos etc. “Tem uma nova geração, impulsionada por pais e avós, que está se apaixonando pelo Opala. O propósito do meu site é ajudar a manter viva essa paixão”, diz ele — que, além do original de 1970, possui duas Caravan SS, uma Caravan Diplomata 1986 e um Opala 1978.

Proprietário do último modelo de Diplomata fabricado, em 1992, o gerente de canais Fabiano Willian de Paula, 41 anos, destaca o conforto dos últimos Opalas. “Todo mundo fala do desempenho e da arrancada, mas pouca gente percebe quão luxuoso e confortável o carro era para a época. Além de macio e aconchegante, é muito seguro por conta do freio a disco nas quatro rodas. Não é difícil controlar toda a potência que o motor lhe dá”, avalia ele, que também tem um Opala Comodoro 1979.


No final de 1970, quando já alcançava 50 mil unidades vendidas, o Opala estreou na versão cupê SS, sigla para super sport. O icônico motor 4.1, que estreou nessa versão, somado a acessórios esportivos indicava que o modelo chegava disposto a brigar com o recém-lançado Dodge Charger R/T. O propulsor trazia comando de válvulas e taxa de compressão modificados e ficaria mais forte ainda com o 250-S. “Quando foi lançado o Opala 250-S [1976], os carros com motor V8, como o Ford Maverick GT, tinham de ‘rebolar’ para conseguir acompanhar”, lembra o ex-piloto Paulo Gomes, referindo-se ao antológico motor laranja que rendia até 171 cv nos carros de série.

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Publicado em:Blog,Curiosidades